Carlos Renaux
Carlos Renaux

Comerciante e industrial, natural de Loerrach/Alemanha. Prefeito de Brusque/SC e Deputado Constituinte de 1891, final do século XIX. Fundador da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, a primeira do gênero em SC, e Cônsul do Brasil em Arnhem, na Holanda.

Informações Gerais

Nome completo
Carl ou Karl Christian Renaux
Filiação
Johan Ludwig Renaux e Sofia Ludin Renaux
Nascimento
11/03/1862
Local de nascimento
Loerrach/Alemanha
Falecimento
28/01/1945
Local de falecimento
Brusque/SC
Profissão
Comerciante e industrial
Partido
Partido Republicano Catarinense (PRC)

Carlos Renaux

Nasceu em 11 de março de 1862, em Loerrach/Alemanha. Filho de Johan Ludwig Renaux e de Sofia Ludin Renaux.

Na terra natal fez curso equivalente ao ensino médio e trabalhava em um Banco.

Em 1882, chegou ao Brasil, quando tinha 20 anos de idade. No sul do Brasil, trabalhou como caixeiro em casa comercial no Salto Weissbach, em Blumenau/SC.

Depois, estabeleceu-se na localidade que hoje é o município de Brusque/SC, iniciou um comércio e “revolucionou as transações comerciais na cidade (...) passou a pesar os produtos agrícolas e a utilizar moeda corrente nos negócios com os colonos” (CLICRBS, 2001). A empresa cresceu e ele fundou a primeira indústria de fiação em Santa Catarina, a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, em 1892. (História com detalhes, ver: KONS, 2012)

Em Brusque, foi o primeiro Intendente Municipal (atual cargo de Prefeito) da época republicana, exerceu a função em três períodos:

  • de 14 de janeiro de 1890 a 8 de março de 1891;
  • de 1o de janeiro de 1904 a 31 de dezembro de 1906;
  • de 1o de janeiro a 8 de novembro de 1915 - transmitiu o cargo ao seu filho Otto Reginald Renaux, que governou até 31 de dezembro do mesmo ano.

Casou três vezes: com Selma Wagner Renaux (no ano de 1884); Maria Luísa e Augusta Lienhaerts. Com Selma teve os filhos: Wilhelm Max; Sophia Renaux Bauer (casada com Augusto Bauer - filho de João Bauer); Maria Büeckmann; Otto Reginald; Oscar; Carlos Júlio; Paulo Guilherme; Luiz; Guilherme e Selma Gommersbach.

Seu filho, Carlos Júlio Renaux, advogado e juiz de direito, foi Deputado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (1916-1918).

Representando Brusque e Itajaí/SC, foi eleito ao Congresso Representativo de Santa Catarina (Assembleia Legislativa), pelo Partido Republicano Catarinense, tornando-se Deputado Constituinte de 1891, participante da Legislatura (1891).

Durante a Revolução Federalista1 (1893-1895), Carlos Renaux, como era um dos chefes republicanos em Brusque, “foi preso e submetido a Conselho de Guerra que terminou por condená-lo à morte por fuzilamento. Contudo, graças à enérgica interferência de seu ferrenho adversário político - Elesbão Pinto da Luz, a sentença foi anulada”, conforme síntese da professora da UNIFEBE2 (GLATZ, 2016), com base na História de Blumenau, de José Ferreira da Silva, 1972. Salvo por seu adversário (do Partido Federalista), Carlos pode continuar vivo, diferente de centenas de civis e militares mortos no massacre, inclusive o próprio Elesbão foi fuzilado em 16 de abril de 1894, na Fortaleza de Anhatomirim, em ilha próxima à Capital catarinense.

Na década de 1920, passou a residir na Europa, onde por vários anos foi representante consular, tendo recebido o título de Cônsul Honorário do Brasil em Arnhem, na Holanda. Retornou a Brusque em 1930.

Faleceu em 28 de janeiro de 1945, em Brusque/SC.

Homenagens:

  • Avenida Cônsul Carlos Renaux, Centro, Brusque/SC.
  • Rua Cônsul Carlos Renaux, Cabeçudas, Brusque/SC.
  • Maternidade Cônsul Carlos Renaux, Centro, BrusqueSC.
  • Clube Atlético Carlos Renaux, Brusque/SC.

1 Foi um conflito de caráter político, ocorrido no Rio Grande do Sul entre os anos de 1893 e 1895, que desencadeou uma revolta armada, que atingiu também o Paraná e Santa Catarina. “A Revolução Federalista, embora não tenha conquistado seus objetivos, mostra que a Proclamação da República e seu sistema político não foram aceitos de forma unânime no Brasil. Alguns grupos políticos contestaram, inclusive de forma armada, o regime republicano, o positivismo, a centralização de poder e a presença das oligarquias nos governos estaduais. Portanto, a Revolução Federalista pode ser compreendida dentro deste contexto histórico de insatisfação com o regime republicano, recém-instalado no país após o 15 de novembro de 1889”. HISTÓRIA DO BRASIL.NET

2 Centro Universitário de Brusque.

Mandatos

Imagens
Referências

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GAZZONI, Marina. O fim de uma história centenária na indústria têxtil: Fechamento da indústria de Tecidos Carlos Renaux, após 121 anos, reflete crise do setor no Brasill. Estadão. São Paulo, SP, 12 ago. 2013. p.1, Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNDAxODQ=>. Acesso em: 4 set. 2017.

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Como citar este documento
Referência

MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA. Biografia Carlos Renaux. 2022. Disponível em: <https://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/biografia/174-Carlos_Renaux>. Acesso em: 21 de novembro de 2024.

Citação com autor incluído no texto

Memória Política de Santa Catarina (2022)

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(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2022)

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