Militar, natural de Desterro/SC, Governador Interino do Estado do Rio de Janeiro e do Paraná, três vezes Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, século XIX.
Filiação Manuel Marques Guimarães e Ana Alexandrina de Abreu |
Nascimento 25/04/1838 |
Local de nascimento Desterro/SC |
Falecimento 01/01/1903 |
Local de falecimento Rio de Janeiro/RJ |
Formação Militar |
Profissão Militar |
Partido Partido Conservador |
Nasceu em 25 de abril de 1838, em Desterro/SC (atual Florianópolis). Filho de Manuel Marques Guimarães e Ana Alexandrina de Abreu. Neto de portugueses1.
O pai de José foi Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina (1850-1851 e 1870-1871), Capitão da Guarda Nacional e Administrador da Armação baleeira na Freguesia de São Joaquim da Garopaba/SC (atual Garopaba), negócio que herdou do pai, falecido em 1824.
Realizou os estudos iniciais em Desterro. Em 1854, ingressou na carreira militar como Aspirante a Guarda-Marinha do Brasil, na Corte Imperial. Em 1855 foi admitido na Escola de Praças da Marinha. Em dezembro de 1857, passou a Guarda da Marinha e foi embarcado no Veleiro Maranhão. Passou por vários outros veleiros, além de um iate. Recebeu condecoração por ato de bravura ao apagar um incêndio e salvar os náufragos do navio espanhol Marseille e a corveta americana Marrokin, em novembro de 1861. Em 24 de maio de 1862, foi nomeado 1º Tenente, depois 2º Tenente.
Em 1863, foi eleito Deputado à Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, com 166 votos, integrou a 15ª Legislatura (1864-1865), e exerceu a Suplência de Secretário da Mesa Diretora da Casa.
Participou da Guerra do Paraguai iniciada em novembro de 1865, comandando interinamente a Canhoneira Greenhalgh. Participou de várias batalhas. Passou a Capitão-Tenente em 21 de janeiro de 1867. Adoeceu em combate e retornou ao Brasil para tratar da saúde.
Em Santa Catarina novamente assumiu vaga de Deputado na Assembleia Provincial, participando da 16ª Legislatura (1866-1867), como suplente convocado; e da 18ª Legislatura (1870-1871), eleito com 144 votos, em 7 de setembro de 1869. Nessa última, atuou no Parlamento com seu pai, Manuel Marques Guimarães.
Em 1889, foi nomeado Governador do Paraná/PR, pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que se tornou Presidente do Brasil após um golpe militar, que pôs fim ao Império do Brasil2. José tomou posse a 3 de dezembro de 1889 e ficou menos de três meses governando. O Decreto No 7, de 20 de novembro de 1889, dissolveu e extinguiu as Assembleias Provinciais, a Assembleia Geral e o Conselho de Estado, e definiu provisoriamente as atribuições do Governadores dos Estados.
Recebeu da Marinha do Brasil a promoção de Contra-Almirante e, com menos de três meses de administração, deixou o governo do Paraná/PR no dia 18 de fevereiro de 1890.
Por dois dias foi Presidente do Rio de Janeiro/RJ (dias 10 e 11 de dezembro de 1891).
Comandou a Divisão de Cruzadores e o Estado Maior da Marinha. Foi reformado Vice-Almirante (1892); mas voltou à ativa como Inspetor do Arsenal da Marinha da Capital Federal.
Assinou o Manifesto dos 13 Generais, datado de 31 de março de 1892, eles “contestavam a legitimidade do governo e condenavam as atitudes de Floriano Peixoto contra rebeliões nos estados e solicitavam convocação de nova eleição para a presidência da república”. Como represália, Floriano mandou reformar os militares rebeldes e José foi transferido para Cucuí, norte do Brasil, na região da tríplice fronteira entre o Brasil, a Colômbia e a Venezuela.
Chefiou a Consultoria Efetiva do Conselho Naval, a Diretoria de Ouro de Serviços de Guerra e a Escola Naval (1903).
Faleceu em 1º de janeiro de 1903, no Rio de Janeiro/RJ, e, conforme seu desejo, o funeral aconteceu sem as honrarias militares.
1 “Capitão Manoel Marques Guimarães (natural da Cidade de Lisboa, freguesia de Sanctos Velhos) e de Felicidade Maria Caetana Joaquina, natural desta dita Matriz da Nossa Senhora do Rosário da Enseada de Brito, neto paterno: Antônio Marques Guimarães e Dona Maria Caetana Joaquina, natural da dita Cidade de Lisboa, freguesia ele, da Villa de Guimarães: pela materna neto de João de Souza Machado, natural da Freguesia de Santo Amaro da Ilha de S. Jorge e de Isabel Maria natural da mesma Ilha, freguesia de Nossa Senhora das Neves do Norte Grande” (Souza, 2014)
2 “Em 15 de novembro de 1889 foi proclamada a República pelo marechal Manoel Deodoro da Fonseca com o apoio de grande parte da oficialidade do Exército e ausência do povo nas primeiras decisões republicanas, instaurando-se no País um novo regime de governo, que pôs término ao período do Brasil Imperial. O Imperador Dom Pedro II e a sua família são obrigados a deixar o país. A Câmara dos Deputados (temporária) e o Senado (vitalício) são dissolvidos. São tomadas as primeiras medidas para a laicização do Estado, como a instituição do casamento civil e a secularização dos cemitérios. É instalado um Governo Provisório, presidido pelo marechal Manoel Deodoro da Fonseca, com três funções básicas: consolidar o novo regime; institucionalizá-lo com aprovação de uma Constituição republicana; e executar as reformas administrativas do Estado que se faziam necessárias”. (Câmara dos Deputados, 2009).
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Memória Política de Santa Catarina (2023)
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