Luís Gomes Caldeira de Andrada
Luís Gomes Caldeira de Andrada

Militar, natural de São José/SC. Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, século XIX.

Informações Gerais

Filiação
José Bonifácio Caldeira de Andrada e Maria Amália Caldeira de Andrada
Ano nascimento
1842
Local de nascimento
São José/SC
Ano falecimento
1894
Local de falecimento
Governador Celso Ramos/SC
Formação
Militar
Profissão
Militar
Partido
Partido Liberal

Luís Gomes Caldeira de Andrada

Nasceu em 1842, em São José/SC. Filho de José Bonifácio Caldeira de Andrada e de Maria Amália Caldeira de Andrada. Seu pai foi militar, comerciante, Vereador em São José e Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina (exerceu nove mandatos, entre 1842 e 1870). O tio, Fernando Gomes Caldeira de Oliveira Fontoura, irmão de seu pai, também foi parlamentar na mesma Assembleia, de 1838 a 1843.

Os estudos iniciais e os de humanidades realizou em Santa Catarina.

A formação militar obteve na Escola Militar do Rio de Janeiro/RJ. Começou no Exército como Praça Voluntário, em 22 de maio de 1863. Passou a Cadete, em 15 de julho de 1864.

Casou com Maria Cândida da Silva Ramos e tiveram filhos, entre eles, Alcino Caldeira (Promotor Público em São José/SC). Sua esposa era filha de Jesuína Cândida Vieira de Mello e do Coronel Francisco da Silva Ramos, que foi Vereador em São José/SC e Deputado na Assembleia Legislativa catarinense.

Enviado à Guerra contra o Paraguai (1865-1870) e promovido a Secretário de seu Batalhão, em 25 de julho de 1865. Pelo desempenho, recebeu a patente de 2º Sargento (em 7 de março de 1866); a de 1º Tenente (em 1871); e a de 2º Tenente de Artilharia efetivo, em 2 de maio de 1874. Ainda em combate alcançou o posto de 2º Sargento.

Era Capitão (1874), quando foi designado para trabalhar no Amazonas e atuar na 6ª Bateria do 4º Batalhão de Artilharia a Pé. A partir de abril de 1875, comandou a fronteira de Tabatinga/AM. Assumiu o Comando do destacamento do Forte de Rio Branco, em 22 de agosto de 1875.

Nomeado Ajudante de Ordens dos Presidentes das Províncias do Espírito Santo/ES (a 10 de junho de 1876) e de Santa Catarina/SC (em 3 de dezembro de 1883).

Filiado ao Partido Liberal, concorreu nas eleições de 12 de outubro de 1879, à vaga de Deputado para a Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, eleito, integrou a 23ª Legislatura (1880-1881). Anos mais tarde, concorreu novamente para a 26ª Legislatura (1886-1887), na mesma Assembleia, obteve 78 votos; porém, não tomou posse (Piazza, 1994. p. 57 e 58).

Comandou as baterias da Fortaleza de Santa Cruz do Anhatomirim/SC. Passou a Major, graduado (1889) e efetivo (12 de maio de 1889), Tenente-Coronel, graduado e efetivado em 1890 e, em 14 de março de 1893, foi nomeado Coronel, por merecimento.

Faleceu em 1894, fuzilado por ordem do Interventor Federal em Santa Catarina, Antônio Moreira César, durante a Revolução Federalista1, na Fortaleza de Santa Cruz, em Anhatomirim, pertencente à jurisdição do atual município de Governador Celso Ramos/SC. Posteriormente, a família recebeu uma carta do Governador do Estado se desculpando pelo ocorrido, alegando que o nome de Luís Gomes Caldeira de Andrada não deveria constar na lista dos que seriam fuzilados2 e que sua morte foi um engano.

“Existe uma opinião na Ilha de Santa Catarina que o coronel Luiz Caldeira de Andrada seria o primeiro nome na lista do governo para assumir o posto de General e o de Moreira, o segundo. Por esse motivo, Caldeira teria sido fuzilado em Anhatomirim a mando de Moreira" (Piazza, 2009).

Imagem

Foto Aérea - Fortaleza de Santa Cruz, Ilha de Anhatomirim
Fonte: Reprodução Fortalezas/UFSC.

1 Foi um conflito de caráter político, ocorrido no Rio Grande do Sul entre os anos de 1893 e 1895, que desencadeou uma revolta armada, que atingiu também o Paraná e Santa Catarina. “A Revolução Federalista, embora não tenha conquistado seus objetivos, mostra que a Proclamação da República e seu sistema político não foram aceitos de forma unânime no Brasil. Alguns grupos políticos contestaram, inclusive de forma armada, o regime republicano, o positivismo, a centralização de poder e a presença das oligarquias nos governos estaduais. Portanto, a Revolução Federalista pode ser compreendida dentro deste contexto histórico de insatisfação com o regime republicano, recém-instalado no país após o 15 de novembro de 1889”. Revolução Federalista. (História do Brasil Net. 2018).

2 Há imprecisão sobre o número de fuzilados e enforcados na Ilha de Anhatomirim. O historiador Dante Martorano discordava das informações que teriam sido 185; acreditava que o número chegava a 300 vítimas.

Mandatos

Referências

ALVES JÚNIOR, Ozias. Luís Gomes Caldeira de Andrada e Maria Iracema Martins de Andrade. 2008. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rOTE0Nzk=>. Acesso em: 30 out. 2017.

ARVORE.NET. Descendentes de Felisberto Caldeira Brant: Segunda Geração. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rOTE1MTM=>. Acesso em: 15 jul. 2019.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SANTA CATARINA. Centro de Memória. Arquivos das Legislaturas: de 1835 a 2018.

CONTEÚDO ABERTO. IN: WIKIPÉDIA: A ENCICLOPÉDIA LIVRE. Luís Gomes Caldeira de Andrada. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rOTE1Mzk=>. Acesso em: 15 jul. 2019.

COORDENADORIA DAS FORTALEZAS DA ILHA DE SANTA CATARINA. Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rODk0NDg=>. Acesso em: 10 jun. 2019.

DUARTE, Durango. Um historiador, alguns fatos inéditos e muitas histórias: Uma homenagem a Jõao Batista de Faria e Sousa. São Paulo: Mídia Ponto Comm, 2014. 153 p. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rOTE1MDA=>. Acesso em: 15 jul. 2019.

FORUM BASE MILITAR WEB MAGAZINE. Forum Base Militar Web Magazine. Um nome escrito a sangue. 2009. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rODg3NTY=>. Acesso em: 3 jun. 2019.

GENI. Luis Gomes Caldeira de Andrada. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rOTE1MjY=>. Acesso em: 15 jul. 2019.

HISTÓRIA DO BRASIL.NET. Revolução Federalista: resumo, causas, o que foi, conclusão. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rOTM5MA==>. Acesso em: 2 jun. 2018.

MEIRINHO, Jali. A República em Santa Catarina (1889-1900) . 1979. 148 f. Tese (Doutorado) - Curso de História, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1979. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rOTE1NTU=>. Acesso em: 15 jul. 2019.

PIAZZA, Walter F. Dicionário Político Catarinense. Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1994. 714 p.

PIAZZA, Walter F. O Poder Legislativo Catarinense: das suas raízes aos nossos dias 1834-1984. Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1984. 584 p.

STOETERAU, Lígia de Oliveira. A Trajetória do Poder Legislativo Catarinense.. Florianópolis: IOESC, 2000. 446 p.

Como citar este documento
Referência

MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA. Biografia Luís Gomes Caldeira de Andrada. 2023. Disponível em: <https://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/biografia/632-Luis_Gomes_Caldeira_de_Andrada>. Acesso em: 20 de abril de 2024.

Citação com autor incluído no texto

Memória Política de Santa Catarina (2023)

Citação com autor não incluído no texto

(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2023)

Memória Política de Santa Catarina