Padre, natural de Acqua Fredda/Itália, Deputado na Assembleia Legislativa Provincial catarinense e Assembleia Legislativa de Santa Catarina, final do século XIX e início do século XX.
Filiação Michele Faraco e Rosa Faraco |
Ano nascimento 1832 |
Local de nascimento Acqua Fredda/Itália |
Falecimento 15/03/1917 |
Local de falecimento Garopaba/SC |
Formação Eclesiástica |
Profissão Padre |
Partido Partido Conservador |
Nasceu em novembro de 1832, na aldeia de Acqua Fredda, situada no território de Maratéia, na Província de Basilicata, que estava sob o domínio do Reino de Nápoles, na Itália. Filho de Michele Faraco e de Rosa Faraco. Na Itália, era seminarista e concluiu a formação religiosa, sendo ordenado presbítero em 1º de setembro de 1856.
Se mudou para o Brasil, desembarcando na Bahia, em 1º de agosto de 1861. Apresentou-se ao Bispo do Rio de Janeiro, que designou à Faraco a Paróquia de São Joaquim de Garopaba/SC (criada em 1830), onde assumiu como Vigário provisório, em 14 de julho de 1864.
A igreja estava em ruínas e o Padre Faraco conseguiu que as obras fossem iniciadas em 1865, depois de muitas cartas de apelo ao governo e um abaixo-assinado, foram concluídas em 1877. Pelo esforço e pelo ótimo trabalho realizado, foi nomeado Vigário efetivo de Garopaba, em 26 de junho de 1867, atendia ainda as freguesias de Paulo Lopes e Navegantes.
Embora fosse padre, viveu com Arminda e tiveram os filhos: Miguel, Teophilo, Francisco, Paulino, Daniel, Rosa e Gabriel Faraco. Nunca se casaram. Faraco construiu uma casa de dois andares, onde Arminda e os filhos moravam no andar de baixo e ele, no de cima. Mesmo recebendo muitos avisos de superiores da Igreja Católica, a população não se incomodava por não ser celibatário, conforme Pe. Besen, “eram outros os tempos, e as pessoas que o conheceram falam apenas que era bom Vigário e bom pai de família. Aquela gente simples mal sabia que por obrigação o padre deveria guardar o celibato”.
Foi candidato pelo Partido Conservador e foi eleito Deputado à Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina por três vezes, integrou a 20ª Legislatura (1874-1875), recebeu 94 votos nas urnas, e a 21ª Legislatura (1876-1877). Para a 22ª Legislatura (1878-1879), obteve 127 votos; porém, não assumiu, foi "depurado" (mesmo eleito, por algum motivo, o diploma não foi validado). A responsabilidade do resultado das eleições e da expedição dos diplomas dos deputados eleitos era da Câmara Municipal de Desterro/SC (atual Florianópolis) - que deixou de cumprir com rigor a decisão eleitoral e não expediu alguns diplomas. O chefe do Partido Conservador, o Cônego Joaquim Elói de Medeiros recorreu da decisão da Câmara. Por esse motivo, o Presidente da Província, José Bento de Araújo, enviou recurso ao Governo Imperial, em 29 de janeiro de 1878; contudo, a apelação acabou se perdendo nos “escaninhos da burocracia”.
Foi Inspetor Distrital das Escolas de São Joaquim de Garopaba até o ano de 1878.
No período republicano, foi eleito mais uma vez Deputado à Assembleia Legislativa catarinense, participou da 4ª Legislatura (1898-1900) e respondeu como Vice-Presidente da Mesa Diretora, nos dois últimos anos do mandato.
Foi candidato para a 5ª Legislatura, recebeu apenas 9 votos e não foi eleito. Durante a campanha eleitoral, boatos espalhados pelas famílias das vítimas afirmavam que o Padre havia denunciado todos os Federalistas que conhecia na paróquia ao Governo de Deodoro da Fonseca e do Marechal Floriano Peixoto, o que resultou no aprisionamento e na execução dos denunciados.
Continuou as atividades paroquiais em Garopaba e oficializou sua renúncia em 2 de janeiro de 1913, pedindo “aposentadoria” pois estava idoso e cansado. Foi atendido.
Faleceu em 15 de março de 1917, em Garopaba/SC. Segundo o Pe. Besen, Faraco “foi sepultado ao lado da Matriz. Seus restos mortais foram, no dia 7 de julho de 1977, transladados para o interior da igreja matriz, sede de sua consagração sacerdotal”.
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Memória Política de Santa Catarina (2023)
(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2023)