Engenheiro, comerciante e militar, natural de Bagé/RS. Prefeito de Desterro/SC, Deputado Constituinte Estadual de 1891 e 1910 e Deputado Estadual no Parlamento Catarinense, final do século XIX e início do século XX.
Nome completo Emílio Ramos Blum |
Filiação Jacques Blum e Amélia Blum |
Nascimento 10/04/1861 |
Local de nascimento Bagé/RS |
Falecimento 05/03/1918 |
Local de falecimento Mendes/RJ |
Formação Engenharia |
Profissão Engenheiro, comerciante e militar |
Partido Partido Republicano Catarinense (PRC) |
Nasceu em 10 de abril de 1861, em Bagé/RS. Filho dos franceses Jacques Blum e Amélia Blum.
Com 13 anos saiu da terra natal e foi morar na França, onde concluiu curso de engenharia. Retornou ao Brasil em 1880 e passou a residir em Desterro/SC (atual Florianópolis).
Casou com Margarida Maria dos Santos, com quem teve nove filhos, entre eles, Heitor Blum, que foi Prefeito eleito de Florianópolis/SC (1926-1930).
Apoiou as ideias republicanas que levaram à Proclamação da República no Brasil (ocorrida em 15 de novembro de 1889), filiou-se ao Partido Republicano Catarinense (PRC), participou de suas campanhas entre 1884 e 1889, foi membro da executiva do partido e colaborou com o jornal República, sediado em Desterro, e com a Revista de Santa Catarina.
Na Capital, possuía o comércio Emilio Blum & Cia., casa importadora e exportadora, estabelecida desde a década de 1880.
Emílio foi Prefeito de Desterro (na época, denominado Presidente da Intendência/Superintendência) e exerceu a função nos seguintes períodos:
Em 1891, elegeu-se Deputado ao Congresso Representativo de Santa Catarina (Assembleia Legislativa), para elaborar a Constituinte de 1891.
No ano de 1893, acontecia um movimento de luta entre legalistas1 e federalistas2, a Revolução Federalista (1893-1895), que se expandiu do Rio Grande do Sul para Santa Catarina e Paraná. Em Desterro (Capital do Estado catarinense), ocorreu o confronto armado entre os dois grupos, a Assembleia Legislativa foi dissolvida, as forças legalistas reagiram e centenas de pessoas foram mortas (civis e militares), por ordem do governo central, comandado pelo Presidente Floriano Peixoto.
Depois desse massacre, Desterro foi rebatizada com o nome de Florianópolis, em homenagem a Floriano, e muitas ruas tiveram seus nomes mudados, por determinação de Moreira César.
No episódio, Emílio apoiou os legalistas e recebeu do Marechal Peixoto a patente de Coronel.
Elegeu-se Deputado Federal, por Santa Catarina, para a 23ª Legislatura (1894-1896), tomou posse em 23 de outubro de 1894 e exerceu o mandato.
Eleito Deputado Estadual à Assembleia Legislativa de Santa Catarina, exerceu os seguintes mandatos: 4ª Legislatura (1898-1900), tomou posse em 1900, ingressou por eleição suplementar; 7ª Legislatura (1907-1909); 8ª Legislatura (1910-1912), foi Deputado Constituinte de 1910; e 9ª Legislatura (1913-1915).
Em 1907, a empresa Emilio Blum & Cia. ampliou os negócios e fundou “uma fábrica de colarinhos, punhos, camisas, ceroulas, gravatas, roupas para homem e sacos, fábrica montada com maquinismos modernos e movida à eletricidade. A fábrica emprega cerca de 70 pessoas e os seus produtos são vendidos por todos os estados da União”. (NOVO MILENIO, 2010).
Com outros comerciantes locais, fundou a Associação Comercial de Florianópolis, em 1913, e foi seu Presidente de 1915 a 1917.
Faleceu em 5 de março de 1918, em Mendes/RJ.
2 “Resguardava o sistema parlamentar de governo e exigia a análise das constituições estaduais com o objetivo de retificá-las, caso necessário, antevendo a possível concentração política e a fortificação do Brasil como União Federativa”. (SANTANA)
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Memória Política de Santa Catarina (2022)
(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2022)