Médico, poeta, jornalista, teatrólogo e professor, natural de Desterro/SC, Deputado Constituinte de 1891, Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina e Deputado Geral, século XIX.
Filiação João Francisco de Sousa Coutinho e Cândida Júlia Marmontel de Lacerda Coutinho |
Nascimento 15/12/1841 |
Local de nascimento Desterro/SC |
Falecimento 02/11/1900 |
Local de falecimento Rio de Janeiro/RJ |
Formação Medicina |
Profissão Médico, poeta, jornalista, teatrólogo e professor |
Nasceu em 15 de dezembro de 1841, em Desterro/SC (atual Florianópolis). Filho de Cândida Júlia Marmontel de Lacerda Coutinho e do Comendador João Francisco de Sousa Coutinho. Seu pai, contador, escrivão, escriturário e compositor, foi Deputado na Assembleia Legislativa Provincial catarinense por nove vezes, entre os anos de 1835 e 1857, e Presidente interino da Província de Santa Catarina em duas ocasiões (1862 e 1868).
José Cândido realizou os estudos primários e os secundários no Colégio de São Salvador, na terra natal. Em 1863, iniciou o curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro/RJ e, durante a graduação, foi convocado (era Alferes) para servir no Hospital de Sangue de Corrientes na Guerra do Paraguai (1864-1870), tendo posteriormente recebido a promoção de 2º Tenente.
Enquanto estava na Guerra colaborou com o jornal "O Despertador", sediado em Desterro, algumas vezes escreveu versos sobre a terra natal. Em 1866, publicou “Greenhalgh: poema”, com essa criação adquiriu respeito dos literatos da época. Em 1867, publicou a comédia “A casa para alugar”.
Concluiu o curso de Medicina em 3 de dezembro de 1868, após regressar da guerra. Na época da formatura publicou a peça de teatro “Quem desdenha quer comprar: provérbio em um ato”.
Contratado para trabalhar como 2º Cirurgião no Hospital Militar, regressou para Desterro, em 1869. No mesmo ano, seu pai faleceu.
Em 1870, voltou ao Rio de Janeiro, onde exerceu a medicina, lecionou as disciplinas de português, história e filosofia em instituições particulares, colaborou com poesias em alguns periódicos, entre eles, Jornal do Comércio (em 1870), O Mosquito (onde usava pseudônimos) e Gazeta de Notícias (traduzia obras de terceiros). Um dos fundadores do Centro Catarinense, que discutia ideias republicanas.
Seu trabalho de maior destaque foi “Ovidianas”. Segundo os críticos, são grandes literatos do romantismo catarinense: José Cândido de Lacerda Coutinho, Horácio Nunes Pires, Duarte Paranhos Schuttel e Álvaro de Carvalho. Por sua dedicação na área, é patrono da Cadeira no 23 da Academia Catarinense de Letras.
Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, eleito com 134 votos, participou da 18ª Legislatura (1870-1871), foi Suplente de Secretário da Mesa Diretora (1870) e integrou a Comissão de Instrução Pública que exarou dois pareceres.
Em 1875, casou com Adelaide da Silva Coutinho, tiveram filhos. A esposa era filha de Maria Henriqueta de Carvalho Coutinho e de João José Coutinho, que foi Deputado Provincial no Rio de Janeiro e Presidente da Província de Santa Catarina durante longo período imperial (de 24 de janeiro de 1850 a 23 de setembro de 1859). Em sua administração construiu o primeiro Mercado Público de Desterro, incentivou instalação das Colônias de Blumenau (em 1850) e de Joinville (em 1851) e começou as obras (em 1894) do Teatro Santa Isabel (hoje Teatro Álvaro de Carvalho - TAC), localizado em Florianópolis.
Em 1890, José assumiu como 2º Oficial da Secretaria de Estado de Instrução Pública, depois atuou nos Correios e Telégrafos.
Em 1890, representando a província catarinense, elegeu-se Deputado Constituinte à Assembleia Nacional do Brasil e tomou posse em 15 de novembro de 1890, com a missão de elaborar a primeira Constituição Republicana, promulgada em 24 de fevereiro de 1891. Em seguida, assumiu a vaga de Deputado, participou da 22ª Legislatura (1891-1893), quando presidiu a Comissão Sanitária do Engenho Novo e discursou na sessão de 14 de janeiro de 1891, manifestando-se contrário à pena de morte, à concessão de voto a mulheres e analfabetos e à proibição da existência da Companhia de Jesus no Brasil, e elogiando a separação entre a Igreja e o Estado, a prévia celebração do casamento civil e a secularização dos cemitérios. Permaneceu no cargo até dezembro de 1893.
Faleceu em 2 de novembro de 1900, no Rio de Janeiro/RJ.
Obras: consultar o Portal Catarina, com o sobrenome - “Lacerda Coutinho”.
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MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA. Biografia José Cândido de Lacerda Coutinho. 2023. Disponível em: <https://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/biografia/529-Jose_Candido_de_Lacerda_Coutinho>. Acesso em: 21 de novembro de 2024.
Memória Política de Santa Catarina (2023)
(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2023)