Engenheiro, matemático e militar, natural de Parati/SC. Constituinte de 1910, Deputado Estadual na Casa Legislativa e Deputado Federal representando os catarinenses, início do século XX. Secretário de Estado.
Filiação Alexandre Justino Régis e Luísa Eugênia Lebon Régis |
Nascimento 18/02/1874 |
Local de nascimento Parati/SC |
Falecimento 19/04/1930 |
Local de falecimento Rio de Janeiro/RJ |
Profissão Engenheiro, matemático e militar |
Partido Partido Republicano Conservador (PRC) |
Nasceu em 18 de fevereiro de 1874, na localidade Ribeirão das Cordas, em Parati/SC (atual Araquari). Filho de Alexandre Justino Régis (lavrador e morador em Joinville/SC) e de Luísa Eugênia Lebon Régis (filha de belga e de francesa).
Irmão de Ladislau, Leontina, Maria Corina (casada com Marcos Konder, várias vezes Deputado na Assembleia Legislativa catarinense) e de Adelina Régis (casada com Manoel dos Santos Lostada - também Deputado no Parlamento catarinense).
Gustavo realizou os estudos primários com professores particulares em Joinville/SC e prosseguiu a formação até os 15 anos de idade, interrompida porque contraiu varíola.
Mudou-se para Campo Alegre/SC, para restabelecer a saúde. Ali trabalhou no comércio de Francisco Bueno Franco, amigo de seu pai. Por conselho do Governador do Estado, Lauro Müller - que visitava a região e pernoitou na casa do comerciante, decidiu se matricular na Escola Militar.
Ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro/RJ, em março de 1892, porém, só concluiu a formação anos mais tarde: o curso geral finalizou em 1900, sendo especialista em artilharia e engenharia, e o de bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas, em 1902.
Embora dedicado ao curso, com a Revolução Federalista 1, que se estendeu ao Estado paranaense e lá desencadeou o episódio militar conhecido como Cerco da Lapa, batalha ocorrida entre janeiro e fevereiro de 1894, atuou neste sob o comando do General Antônio Gomes Carneiro, defendendo a República e contra os federalistas. No combate, Gustavo foi ferido no abdômen, socorrido e cuidado, sobreviveu e mudou-se para Desterro/SC - a Capital (hoje Florianópolis).
Na carreira militar recebeu as seguintes promoções: Alferes Comissionado (1894); 2º Tenente (3 de novembro de 1894); 1º Tenente (25 de junho de 1902); Capitão (6 de janeiro de 1910); Major Graduado (20 de janeiro de 1915); Major efetivo (4 de novembro de 1916); Tenente-Coronel (27 de setembro de 1921); e Coronel efetivo (12 de setembro de 1923).
Em Santa Catarina, por um tempo, ficou sob as ordens do Coronel Antônio Moreira César, em plena Revolução Federalista, insatisfeito com as ações do comandante, conseguiu voltar ao Rio de Janeiro e concluir seu curso militar.
Depois de formado, voltou para Santa Catarina, foi eleito cinco vezes Deputado Estadual ao Congresso Representativo do Estado (Assembleia Legislativa) para a: 5ª Legislatura (1901-1903); 6ª Legislatura (1904-1906), compondo a Mesa Diretora como 2º Secretário (1903); 7ª Legislatura (1907-1909), eleito com 6.289 votos em pleito suplementar; 8ª Legislatura (1910-1912), eleito com 7.224 votos, foi Deputado Constituinte de 1910 e Presidente da Assembleia em 1912; e 9ª Legislatura (1913-1915).
Presidiu o periódico Revista da Sociedade Catharinense de Agricultura, lançada em 1905, e organizou o Pavilhão de Santa Catarina na Exposição no Rio de Janeiro, em 1908.
Durante o governo de Vidal Ramos (1910-1914), como Secretário Geral do Estado intensificou ações no campo educacional, inaugurou várias escolas públicas catarinenses (em Itajaí, Blumenau, Florianópolis, Joinville, Laguna e Lages) e, em 1913, combinou com militares o plano de ataque ao reduto dos fanáticos caboclos em Taquaruçú (hoje Fraiburgo/SC), que pretendiam permanecer com a posse das terras, lutando contra os fazendeiros, o governo e as empresas americanas - que além de fazer a ferrovia entre Rio Grande e São Paulo, exploravam a madeira e a erva-mate na região. Os conflitos desencadearam a Guerra do Contestado (ocorrida entre 1912 e 1916, com quase 10 mil mortos, entre revoltosos, soldados e moradores). Enquanto o governo lutava com “grande contingente de soldados equipados com fuzis, canhões, metralhadoras e aviões, nunca antes usados em uma ação bélica desta magnitude”, os sertanejos contavam com o “apoio dos monges - religiosos que peregrinavam pelo sertão pregando a palavra de Deus”. (SANTANA). (Acesse o documentário O Contestado - Restos Mortais, 2010, de Sylvio Back).
Casou com Júlia Nascimento e tiveram os filhos Luiza e Júlio, nascidos em Florianópolis/SC, onde foi nomeado Superintendente Municipal (cargo atual de Prefeito), por três vezes: de 31 de outubro de 1911 e 1º de fevereiro de 1912; de 10 de fevereiro a 3 de março de 1912; e de 19 de abril a 3 de março de 1912.
Elegeu-se ainda Deputado Federal por Santa Catarina e participou da 30ª Legislatura (1915-1917), com 7.395 votos, tomando posse no dia 3 de maio de 1915. Durante o mandato, integrou a Comissão Demarcadora de Limites entre o Estado do Paraná e Santa Catarina, após a Guerra do Contestado.
Foi Secretário de Estado da Fazenda, Viação, Obras Públicas e Agricultura de Santa Catarina, de 22 de janeiro de 1913 a 29 de outubro de 1914, além de Fiscal de obras da construção da Ponte Hercílio Luz, na Capital do Estado.
Em 16 de agosto de 1928, assumiu o comando do Colégio Militar de Porto Alegre, cargo que ocupou até o ano de sua morte.
Faleceu em 19 de abril de 1930, no Rio de Janeiro/RJ.
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