Engenheiro, militar e diplomata, natural de Itajaí/SC. Ministro da Indústria, Viação e Obras e Ministro das Relações Exteriores. Primeiro Governador republicano de Santa Catarina e Vice-Governador, Deputado Constituinte de 1891, Deputado Federal e Senador representando os catarinenses, final do século XIX e início do XX.
Nome completo Lauro Severiano Müller |
Filiação Pedro Müller e Ana Michels Müller |
Nascimento 08/11/1863 |
Local de nascimento Itajaí/SC |
Falecimento 30/07/1926 |
Local de falecimento Rio de Janeiro/RJ |
Formação Engenheiro e Militar |
Profissão Engenheiro, militar e diplomata |
Partido Partido Republicano Catarinense (PRC) |
Nasceu em 8 de novembro de 1863, em Itajaí/SC. Filho de Pedro Müller e de Ana Maria Michels Müller.
Seus pais eram imigrantes germânicos que se estabeleceram inicialmente na Colônia de São Pedro de Alcântara, por volta do ano de 1829, onde receberam terras e trabalharam na agricultura. Devido às atividades de seu pai - ramo de transportes marítimos, a Família Müller mudou para Desterro/SC (atual Florianópolis), posteriormente, fixou-se em Itajaí/SC, dedicando-se às atividades comerciais.
Outros familiares ocuparam cargos na política catarinense e nacional. Seu irmão, Eugênio Luís Müller, e seu primo, Felipe Schmidt, entre outras funções exercidas, foram Governadores de Santa Catarina. José Eugênio Müller, seu sobrinho, foi Deputado Federal por Santa Catarina.
Lauro casou com Luiza Henriqueta Ferreira de Andrade, carioca, com quem teve Laura, Lauro e Antônio Pedro de Andrade Müller, este último, quatro vezes Deputado Estadual no Congresso Representativo de Santa Catarina (Assembleia Legislativa).
Estudou em escolas de língua alemã na terra natal e em Blumenau/SC. Aos 14 anos de idade, transferiu-se para o Rio de Janeiro/RJ, lá residiu com um tio, que o empregou no comércio. Em 1882, matriculou-se na Escola Militar da Praia Vermelha, três anos mais tarde, foi promovido ao posto de Alferes. Formou-se em Engenharia, em 1888. Suas promoções militares seguiram-se até 1921, quando chegou a patente de General de Divisão do Exército Brasileiro.
Durante a formação militar, teve como professor e mentor, Benjamin Constant, um dos líderes do movimento que resultou na Proclamação da República no Brasil, em 15 de novembro de 1889. Com ideal republicano e abolicionista, Lauro participou ativamente do movimento e, por recomendação de Benjamin Constant e do prestigiado republicano catarinense Esteves Júnior, foi nomeado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, chefe do governo provisório instalado, para ser o primeiro Governador republicano de Santa Catarina.
Tomou posse em 2 de dezembro de 1889, substituindo a Junta Governativa Provisória de 1889, formada por Raulino Horn, João Batista do Rego Barros Cavalcanti de Albuquerque e Alexandre Marcelino Bayma. Foram seus interinos na função o primeiro Vice-Governador (Raulino Horn) e depois Gustavo Richard - que transmitiu o cargo em 10 de novembro de 1891.
Em setembro de 1890, Lauro foi eleito Deputado Federal por Santa Catarina, pelo Partido Republicano Catarinense (PRC), à Assembleia Nacional Constituinte e à 22ª Legislatura (1891-1893). Na Constituinte, participou da “Comissão dos 21”, formada por um representante de cada Estado, encarregada de emitir parecer ao projeto de Constituição elaborado pelo governo provisório. A Constituição brasileira foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891.
Apoiou o decreto do Presidente Deodoro da Fonseca, que dissolveu o Congresso Nacional, em 3 de novembro de 1891. Uma semana depois, reassumiu o Governo de Santa Catarina, eleito pelo Congresso Representativo catarinense, renunciou 48 dias depois, após forte pressão civil e militar dos federalistas, que já haviam provocado a renúncia de Deodoro semanas antes. Transmitiu o governo para Firmino Lopes Rego, que governou por um dia e transmitiu a função para a Junta Governativa de 1891, formada por Arthur Deocleciano de Oliveira, Cristóvão Nunes Pires e Luís dos Reis Falcão.
Com a reabertura do Congresso Nacional pelo governo de Floriano Peixoto, reassumiu as atividades de Deputado Federal em 7 de outubro. Reelegeu-se ao cargo para a 23ª Legislatura (1894-1896) e para a 24ª Legislatura (1897-1899).
Em 1900, foi eleito Senador representando os catarinenses, pelo PRC, e compôs a 25ª Legislatura (1900-1902). No período, atuou como conciliador durante as disputas internas no PRC, tornou-se o principal nome do partido e novamente eleito para o Executivo catarinense.
Empossado Governador de Santa Catarina em 28 de setembro, renunciou após 44 dias, optando por aceitar o convite do Presidente eleito do Brasil, Rodrigues Alves, para o cargo de Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas. Assumiu a administração estadual Antônio Pereira da Silva e Oliveira (Presidente do Congresso Representativo do Estado - atual Assembleia Legislativa) e respondeu de 10 a 11 de novembro de 1902, depois alternou a governança com o Vice-Governador, Vidal Ramos.
Conduzido para mais dois mandatos no Senado Federal, Lauro participou da 27ª Legislatura (1906-1908) e 28ª Legislatura (1909-1911).
No dia 14 de fevereiro de 1912, assumiu como Ministro das Relações Exteriores, nomeado pelo Presidente Hermes da Fonseca, em substituição ao Barão de Rio Branco, falecido 4 dias antes. Foi mantido no mesmo ministério no governo de Venceslau Brás (1914-1918); porém, pediu demissão em meados de 1917, sobretudo pelos desdobramentos da Primeira Guerra Mundial, tendo sua origem germânica usada por críticos para desestabilizá-lo.
De volta a Santa Catarina, foi Vice-Governador na gestão de seu primo, Felipe Schmidt, que governou de 1914-1918. Conquistou nova eleição para Governador no mesmo Estado, em 1918, mas abdicou e não compareceu à posse, assumindo o Vice-Governador eleito, Hercílio Luz.
Entre 1917 e 1926, exerceu mandato de Senador, eleito pelo PRC, nos seguintes períodos:
Foi sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupante da cadeira número 34.
Faleceu em 30 de julho de 1926, no Rio de Janeiro/RJ.
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