Advogado, jornalista e banqueiro, natural de Florianópolis/SC. Governador de Santa Catarina, Deputado Constituinte de 1935, Deputado Estadual na Casa Legislativa e Deputado Federal representando os catarinenses, século XX.
Nome completo Aderbal Ramos da Silva |
Filiação João Pedro Ramos da Silva e Raquel Ramos da Silva |
Nascimento 18/01/1911 |
Local de nascimento Florianópolis/SC |
Falecimento 13/02/1985 |
Local de falecimento Florianópolis/SC |
Formação Direito |
Profissão Advogado |
Partido Partido Liberal Catarinense (PLC) e Partido Social Democrático (PSD) |
Nasceu em 18 de janeiro de 1911, em Florianópolis/SC. Filho do Desembargador João Pedro Ramos da Silva e de Raquel Ramos da Silva.
Sua mãe era a filha mais velha de Vidal Ramos (seu avô materno), patriarca da família Ramos, foi Deputado Provincial no Império, Governador de 1902 a 1905 e de 1910 a 1914, Deputado Federal e Senador, todos os cargos representando Santa Catarina (SC).
Seu avô paterno, João da Silva Ramos Júnior, também foi Deputado na Assembleia catarinense.
Os seguintes tios ocuparam funções políticas:
Outros membros da família tiveram destaque na política: Saulo Ramos, Deputado Estadual, Deputado Federal (1951-1955) e Senador (1955-1963); Aristiliano Ramos, Deputado Estadual, Deputado Federal e Interventor Federal no Estado de Santa Catarina (1933-1935); e Cândido Ramos, Interventor (1932), Senador (1935) e Deputado Federal (entre 1933 e 1937).
Aderbal Ramos foi casado com Ruth Hoepcke, com quem teve duas filhas, Anita Hoepcke da Silva e Silvia Hoepcke da Silva.
Aderbal Ramos iniciou a formação estudantil no Colégio Catarinense, onde concluiu o Curso de Humanidades (atual ensino médio), lecionado por jesuítas. Continuou os estudos no Curso de Direito, Universidade do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (capital brasileira), bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1932.
Retornou a Santa Catarina e iniciou a carreira política por influência de seu avô, Nereu Ramos, que na época estava compondo o grupo republicano para a Comissão Constitucional de 1935 e representaria o Estado catarinense, ao lado de Antonieta de Barros, Altamiro Lobo Guimarães e Marcos Konder, entre outros. Tornou-se militante destacado, elegendo-se presidente do diretório do Partido Liberal em Florianópolis.
Em 1933, nomeado pelo Presidente Getúlio Vargas, foi o primeiro Inspetor Federal de Ensino junto à Faculdade de Direito de Santa Catarina, cargo que também exerceu no Ginásio Catarinense.
Em outubro de 1934, foi eleito Deputado à Assembleia Constituinte de Santa Catarina, pela legenda do PLC (Partido Liberal Catarinense), assumindo o mandato em maio de 1935. Participou dos trabalhos constituintes e, após a promulgação da Nova Carta Estadual, assinada em 25 de agosto de 1935, passou a exercer o mandato ordinário à 1ª Legislatura (1935-1937). Permaneceu na Assembleia até o dia 10 de novembro de 1937, quando o Estado Novo (1937-1945) suprimiu todos os órgãos legislativos do país. Nereu Ramos (seu tio), que havia sido eleito Governador em 1935, passou a Interventor Federal no Estado.
Em 1942, ingressou na firma Carlos Hoepcke e a dirigiu, firma da família de sua esposa, mantendo paralelamente sua atuação política. A empresa era a detentora do maior parque industrial de Florianópolis.
Em 1947, venceu a disputa para Governador, tomou posse em 26 de março do mesmo ano, para mandato até 31 de janeiro de 1951. Recebeu o cargo de Udo Deeke. Nesse período, afastou-se várias vezes por motivo de saúde e foi substituído interinamente pelo Presidente da Assembleia Legislativa, José Boabaid.
Por Santa Catarina, elegeu-se Deputado Federal para a 38ª Legislatura (1946-1951) e para a 40ª Legislatura (1955-1959). No mandato, consolidou a reforma da escola primária (atual ensino fundamental) iniciada por Nereu Ramos, importante aspecto para a nacionalização do ensino público. Criou o Serviço Florestal Estadual Catarinense e realizou duas reuniões Econômico-Agrícolas, uma no mês de maio de 1947, em Florianópolis, e outra, em março de 1949, em Lages. Foi responsável pela padronização técnica relativa ao cultivo do trigo, entre outras providências oficiais que tinham por finalidade: aumentar a produtividade agrícola e a organização da vida rural catarinense. Tais medidas fizeram com que Aderbal fosse popularmente conhecido como “grande amigo dos simples”.
Em outubro de 1954, eleito Deputado Federal por Santa Catarina, pela Aliança Social Trabalhista, coligação formada pelo PSD e o PTB, assumiu o mandato em fevereiro do ano seguinte. Com o fim desse mandato, em 31 de janeiro de 1959, deixou a Câmara e não se candidatou mais a cargos eletivos.
A partir de então, passou a desenvolver intenso trabalho de bastidores na política catarinense. No pleito de novembro de 1982 apoiou o candidato do Partido Democrático Social (PDS) a Governador de Santa Catarina, Esperidião Amin, que se elegeu. Apoiou a candidatura de Paulo Maluf à Presidência da República no pleito indireto de janeiro de 1985, vencido por Tancredo Neves.
Um dos mais destacados banqueiros do sul do país, presidiu o Banco Paraná-Santa Catarina.
Sócio-fundador da Companhia Cacique de Café Solúvel, da qual, tornou-se Vice-Presidente.
Proprietário do jornal "O Estado" (diário mais antigo de Santa Catarina) e da Rádio Guarujá, de Florianópolis.
Faleceu em 13 de fevereiro de 1985, em Florianópolis/SC.
Escola Básica Aderbal Ramos da Silva, Estreito, Florianópolis/SC.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SANTA CATARINA. Centro de Memória. Arquivos das Legislaturas: de 1835 a 2018.
CABRAL, Oswaldo R.. Breve Notícia sobre o Poder Legislativo de Santa Catarina. Florianópolis: Editora da UFSC, 1974.
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CORRÊA, Carlos Humberto Pederneiras. Os Governantes de Santa Catarina de 1739 a 1982. Florianópolis: Editora da UFSC, 1983. 356 p.
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Reassume, hoje, o cargo de Governador, o efeito do povo catarinense, sr. dr. Aderbal R. da Silva. O Estado. Florianópolis, 4 jan. 1950. n. 10662, p. 1. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rOTQyMjI=>. Acesso em: 1 out. 2019.
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Memória Política de Santa Catarina (2022)
(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2022)