Militar e comerciante, natural de Desterro/SC, Vereador na cidade natal e Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, século XIX.
Filiação Feliciano Alves de Brito e Florentina da Conceição Rosa de Jesus |
Nascimento 30/08/1830 |
Local de nascimento Desterro/SC |
Falecimento 01/01/1889 |
Local de falecimento Desterro/SC |
Profissão Militar e comerciante |
Partido Partido Conservador |
Nasceu em 30 de agosto de 1830, na Freguesia de Santo Antônio, em Desterro/SC (atual Florianópolis). Filho de Feliciano Alves de Brito e de Florentina da Conceição Rosa de Jesus, casados em 9 de junho de 1827, tiveram nove filhos.
Seu pai, Feliciano, era Contramestre de navio, natural de Desterro, filho de Manoel Alves de Brito, natural de Portugal e comerciante em Desterro, e de Jacintha Leonarda, natural do Desterro, filha de Antônio Francisco e de Antônia do Rosário, nascidos no Arquipélago de Açores. Seus bisavós, o Alferes Francisco Alves de Brito e Maria Alves Pinheiro, também eram portugueses.
José iniciou os estudos na terra natal. Aos 15 anos, a bordo do iate Apolo, pretendia viajar do Rio Grande do Sul/RS à Luanda, em Angola; porém, a embarcação naufragou naquele porto, em 31 de julho de 1845, e ele voltou para Desterro.
Na Capital catarinense, trabalhou no comércio, foi caixeiro-de-escrita de Antônio Machado de Faria e gerente (1848) no estabelecimento de Antônio Francisco da Costa, este foi militar e três vezes Deputado em Santa Catarina, entre outras funções.
Em 1851, estabeleceu sociedade em empresa de tecidos e armarinho com José Pacheco Sobrinho, loja denominada "Âncora de Ouro", situada à Rua do Príncipe no 10. Era também proprietário de embarcação e de diversos imóveis em Desterro. Sua família possuía uma chácara, onde José Feliciano chegou a morar (na Rua Formosa nº 30, atual Rua Esteves Júnior no 150). A propriedade avizinhava-se, pelo lado direito, com a de Roberto Von Trompowsky e, pelo lado esquerdo, com a de Toulois de Mesquita. Também foi agente de companhia de navegação e empreiteiro da construção.
Alistou-se no Exército e recebeu promoções ao longo da carreira: 2º Tenente da 3ª Cia. do Batalhão de Artilharia do Desterro, da Guarda Nacional (em 17 de junho de 1850, em 3 de setembro de 1852); Capitão Secretário-Geral do Comando Superior do Desterro, São José e São Miguel (em 14 de setembro de 1854); Major Ajudante de Ordens do Comando Superior do Desterro (26 de setembro 1867); e Tenente-Coronel Chefe do Estado Maior do Comando Superior de Desterro, São José e de São Miguel (em 3 de julho de 1872).
Em 7 de dezembro de 1852, na Capital catarinense, casou com Basilisa Anacleta da Conceição Brito e tiveram 12 filhos (5 homens e 7 mulheres), dois faleceram prematuramente. Entre outros descendentes estão: Maria, Feliciano, Júlio, Vítor, Amélia, Tito, Celestina, Augusta, Rosalina, Rosa e Basília.
A esposa, era filha de Caetana da Conceição Coelho e de Estanislau Antônio da Conceição - que foi Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina (1862-1863).
O filho de José, Vitor Alves de Brito, também foi Deputado Estadual na Assembleia Legislativa catarinense, e Júlio e Tito eram oficiais da Marinha de Guerra.
Era primo de Virgílio Várzea (poeta, jornalista e escritor e duas vezes Deputado na Assembleia Legislativa catarinense), que era filho de Júlia Maria Lemos Alves de Brito, irmã de Feliciano Alves de Brito, pai de José.
Mudou-se para o Rio de Janeiro (1858), onde trabalhou na empresa Pacheco Brito & Cia. e foi sócio do Visconde de Mauá, em uma firma de mineração de carvão, e do Barão de Capanema, em mineração de ferro.
Em 1865, voltou para Desterro, passou a se empenhar na própria empresa de navegação que fazia a linha Rio de Janeiro-Buenos Aires (Argentina), com escala em Desterro, Porto Alegre/RS e Montevideo (Uruguai). Além disso, foi Vereador em Desterro (1865-1866).
Pelo Partido Conservador, elegeu-se Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, com 103 votos, participou da 14ª Legislatura da Assembleia (1862-1863), escolhido Suplente de Secretário da Mesa Diretora (1862), integrou a Comissão de Estatística (emitiu sete pareceres no biênio), e protestou por melhores condições físicas para o Parlamento, já que funcionava provisoriamente no Quartel do Campo do Manejo, com a Câmara de Vereadores e a Cadeia Municipal (1863).
Em eleições seguintes concorreu novamente à vaga de Deputado no parlamento catarinense, ficou suplente e não foi convocado.
Foi eleito mais duas vezes Deputado à Assembleia Provincial catarinense. Participou da 19ª Legislatura (1872-1873). Durante o mandato doou seus subsídios de Deputado ao Hospital de Caridade de Desterro. Também integrou a 20ª Legislatura (1874-1875).
Em Desterro, foi Cônsul do Uruguai em Santa Catarina, Inspetor do Tesouro Provincial e Executor da obra do Prédio da Alfândega, inaugurado em 19 de junho de1876, sendo o engenheiro Martinho Domiense Pinto Braga o responsável técnico, trabalho que rendeu a José 120 contos de réis (moeda da época).
Faleceu em 1º de janeiro de 1889, em Desterro/SC.
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