Advogado e jornalista, natural de Itajaí/SC. Governador de Santa Catarina, Deputado Estadual na Casa Legislativa, Deputado Federal e Senador representando os catarinenses, século XX. Secretário de Estado da Fazenda, Viação, Obras Públicas e Agricultura.
Nome completo Adolpho Konder |
Filiação Marcos Konder e Adelaide Flores Konder |
Nascimento 16/02/1884 |
Local de nascimento Itajaí/SC |
Falecimento 24/09/1956 |
Local de falecimento Rio de Janeiro/RJ |
Formação Direito |
Profissão Advogado e jornalista |
Partido Partido Republicano Catarinense (PRC) e União Democrática Nacional (UDN) |
Nasceu no dia 16 de fevereiro de 1884, em Itajaí/SC. Filho de Marcos Konder (Markus) e de Adelaide Flores Konder.
Seu pai era professor, católico, natural de Schweich, Alemanha, chegou ao Brasil em 1872 e se estabeleceu em Itajaí, para ser professor particular dos filhos da família Marlburg. Casou com Adelaide Flores e tiveram nove filhos, iniciando uma família de notáveis na política catarinense e nacional:
Adolfo fez os primeiros estudos em Itajaí, com o educador Stanke, de origem alemã, e continuou a formação no Colégio Santo Antônio (1892-1898), em Blumenau/SC, e no Ginásio Nossa Senhora da Conceição (1900-1903), em São Leopoldo/RS.
Bacharelou-se na Faculdade de Direito de São Paulo/SP (1908), na mesma turma de Leopoldo Diniz Martins Júnior, Vitor Konder, Fúlvio Aducci e Nereu Ramos, todos advogados e políticos catarinenses.
De volta à Itajaí, trabalhou com seus irmãos no jornal Novidades, que fundaram em 1904.
Foi sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, fundador da Cadeira número 26, da Academia Catarinense de Letras e do Jornal “Diário da Tarde”.
O ano de 1910 marca o início da trajetória política de Adolfo Konder, quando secretariou o Centro Civilista de Santa Catarina e trabalhou com Hercílio Luz, apoiando a campanha de Rui Barbosa à Presidência do Brasil, tendo sido vitorioso Hermes da Fonseca.
A partir de 1913, interrompeu o exercício da advocacia, transferiu-se para o Rio de Janeiro e, aceitando convite do Chanceler José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, foi Oficial da Secretaria de Estado e Diretor do Bureau da Guerra, ambos do Ministério das Relações Exteriores.
No governo de Hercílio Luz, Presidente de Santa Catarina (atual cargo de Governador), exerceu a função de Secretário de Estado da Fazenda, Viação, Obras Públicas e Agricultura, de 28 de setembro de 1918 a 27 de outubro de 1920.
Pelo Partido Republicano Catarinense (PRC), elegeu-se Deputado Federal à 32ª Legislatura (1921-1923). Na Câmara, com maestria proferiu os discursos Anistia Política, em 8 de junho de 1923, e A Dupla Nacionalidade, em 19 de outubro de 1923.
Reeleito Deputado Federal, pelo mesmo partido, participou da 33ª Legislatura (1924-1926), com 14.505 votos. Integrou a Comissão de Diplomacia e Tratados da Câmara, apresentou trabalho sobre ferrovia Brasil-Paraguai e estudo sobre o Tratado assinado em 1922, entre Brasil e Portugal. Era Chefe do PRC em Santa Catarina desde 1926 e no Parlamento Federal foi Líder dessa bancada de Santa Catarina (1925-1926).
Pelo PRC, foi eleito Presidente de Santa Catarina (Governador), com 33.209 votos, tendo por Vice, Walmor Argemiro Ribeiro Branco, exerceu mandato de 28 de setembro de 1926 a 28 de setembro de 1930. Recebeu o cargo do Presidente do Congresso (atual Assembleia Legislativa), General Antônio Vicente Bulcão Viana, que governava em substituição à Hercílio Luz, que faleceu durante o mandato.
No seu governo, entre os dias 17 de abril e 18 de maio de 1929, em comitiva empreendeu viagem ao extremo Oeste catarinense, o primeiro governante a realizar tal feito: percorreu a “região alternando os mais variados meios de transportes como automóveis, lanchas, trens e, até mesmo, mulas” ... “Essa viagem ficou conhecida como a “Bandeira Konder”; entre os vários objetivos estava um acordo entre os Presidentes Adolfo Konder, de Santa Catarina, e Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul, com relação à divisa entre os dois estados no que diz respeito à atuação das polícias dos respectivos estados na repressão ao banditismo local. Além dessas preocupações, destaca-se o objetivo de conhecer a região, bem como assegurar o território ameaçado pela Argentina e a “brasilidade” da população próxima da fronteira que, segundo os relatos, estava se “desnacionalizando”. (VOJNIAK, 2004, p. 57) Em Dionísio Cerqueira/SC, fundou uma escola, sediou um destacamento da Polícia Militar e nomeou um cobrador de impostos para a arrecadação de tributos.
Em 1930, também pelo PRC, elegeu-se Senador da República por Santa Catarina, com 43.867 votos, para a 35ª Legislatura (1930), mas se afastou do cargo do Senado e permaneceu à frente do Governo de Santa Catarina até transmitir a Presidência para Fúlvio Aducci, eleito para governar de 1930-1934.
Com a Revolução de 1930, Adolfo partiu para o exílio, em companhia de Fúlvio Aducci, de seu Vice, José Acácio Soares Moreira e outros catarinenses.
Em 1933, voltou à atividade política. Pela Coligação “Por Santa Catarina”, formada pela união do Partido Republicano Catarinense e da Legião Republicana Catarinense, elegeu-se novamente Deputado Federal, integrou a 37ª Legislatura (1935-1937) e foi Deputado Constituinte Estadual (1935). Permaneceu na função até 1937, quando todos os Legislativos do país foram fechados.
Com Aristiliano Ramos e Henrique Rupp Júnior, fundou a União Democrática Nacional (UDN) em 1945, foi membro do Diretório Estadual, Presidente da sigla e membro da Comissão de Estudos Administrativos e Financeiros.
No pleito de 1950, concorreu a uma das vagas de Deputado Federal por Santa Catarina, ficou na posição de Suplente e não foi convocado. Nas eleições de 1954, candidatou-se a Senador, mas não foi eleito.
Faleceu em 24 de setembro de 1956, no Rio de Janeiro/RJ. Seu corpo foi trasladado para Florianópolis, velado no Salão Nobre do Palácio do Governo, com a presença dos familiares e diversas autoridades, sendo sepultado no Cemitério da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos.
Entre tantas realizações para o Estado de Santa Catarina, destacam-se:
Corregedoria. Mensagem apresentada á Assembléa Legislativa, a 11 de agosto de 1929, pelo doutor Adolpho Konder, Presidente do Estado de Santa Catarina . Florianópolis, 29 ago. 1929. p.51-57, Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNDkzMzI=>. Acesso em: 24 nov. 2017.
ILHA VERDE: A' Cidade dos Encantamentos, Florianópolis: do Autor. , 1 jul. 1930. Mensal. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNTE4Mjk=>. Acesso em: 6 set. 2017.
ACHE CEP. Adolfo Konder. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNTE3NTY=>. Acesso em: 6 set. 2017.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SANTA CATARINA. Centro de Memória. Arquivos das Legislaturas: de 1835 a 2018.
CORRÊA, Carlos Humberto Pederneiras. Os Governantes de Santa Catarina de 1739 a 1982. Florianópolis: Editora da UFSC, 1983. 356 p.
CPDOC. Fundação Getúlio Vargas. Verbete Biográfico : Adolfo Konder. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNzg2Nw==>. Acesso em: 4 jun. 2018.
ESCOL.AS. Eeb Adolpho Konder. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNTE3Njk=>. Acesso em: 6 set. 2017.
GLATZ, Rosemari. Marcos Konder: Política x Família x Poder. O Município. Brusque, SC, 14 ago. 2016. p.1, Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNTE4MDI=>. Acesso em: 6 set. 2017.
JAMUNDÁ, Theobaldo Costa. História de Santa Catarina. Curitiba - PR: Grafipar, 1970. 174 p.
LAUS, Sônia Pereira. A UDN em Santa Catarina (1945 - 1960). 1985. 336 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de História, , Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1985. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rMzE4Nw==>. Acesso em: 15 mai. 2018.
PIAZZA, Walter F. Dicionário Político Catarinense. Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1994. 714 p.
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STOETERAU, Lígia de Oliveira. A Trajetória do Poder Legislativo Catarinense.. Florianópolis: IOESC, 2000. 446 p.
VOJNIAK, Fernando. Iluminar a inteligência e educar a afetividade: Uma história do gênero masculino no Oeste Catarinense (1950 -1970). 2004. 177 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de História, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNDkyMTQ=>. Acesso em: 24 nov. 2017.
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Memória Política de Santa Catarina (2022)
(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2022)