Severo Amorim do Vale
Severo Amorim do Vale

Advogado, juiz de direito, chefe de polícia, sete vezes Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, Presidente interino da Província catarinense e Desembargador da Relação de Pernambuco/PE, século XIX.

Informações Gerais

Filiação
Raimundo José do Vale e Ana de Amorim e Castro
Nascimento
07/12/1802
Local de nascimento
Salvador/BA
Local de falecimento
Recife/PE
Formação
Direito
Profissão
Advogado, Juiz de Direito, Chefe de Polícia
Partido
Partido Conservador

Severo Amorim do Vale

Nasceu em 7 de dezembro de 1802, na Freguesia do Santíssimo Sacramento do Pilar/BA (atual Salvador). Filho de Raimundo José do Vale e de Ana de Amorim e Castro.

Em Portugal, estudou na Universidade de Coimbra, de 19 de dezembro de 1830 a 7 de julho de 1831, quando se graduou no curso de Direito.

No Brasil, casou com Maria Jesuína, tiveram Eugênia e Ernesto. 

A filha, Eugênia Amorim do Vale, casou com João Silveira de Sousa, que ocupou várias funções públicas. Foi Deputado à Assembleia Geral do Império, pela Província de Santa Catarina, por quatro vezes, Presidente de quatro províncias brasileiras e Ministro das Relações Exteriores. O pai de João, José Silveira de Sousa, foi Vereador em Desterro, Conselheiro Geral convocado e Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina. Assim, Eugênia tinha o pai, o marido e o sogro envolvidos na política do século XIX.

Ernesto Augusto Amorim do Vale (1831-1899), cursou o secundário na Academia Militar (1848) e formou-se em Engenharia Civil, com bacharelado em Ciências Lógicas (1856). Nomeado Engenheiro da Província do Ceará, sendo Oficial de Gabinete do Presidente, Conselheiro João Silveira de Sousa, seu cunhado. Ernesto foi Deputado à Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte/RN (1862-1863), Engenheiro Civil e Diretor das Obras Públicas da Província (1860-1869). Nomeado Engenheiro Presidente da Primeira Seção da Estrada de Ferro Dom Pedro II (1868), adjunto à Inspetoria de Obras Públicas do Rio de Janeiro (1870). Engenheiro do 4o Distrito da mesma Inspetoria.

Severo foi nomeado Juiz de Direito da Comarca do Sul da Província de Santa Catarina, por Carta Imperial de 4 de setembro de 1833, tomou posse em 8 de janeiro de 1834.

Primeiro Chefe de Polícia da Província de Santa Catarina, de 28 de junho de 1834 a 24 de janeiro de 1851, também desempenhou funções de Juiz de Direito em Desterro/SC (hoje Florianópolis), de 1836 a 1851.

Foi membro do Partido Conservador, que chefiou em 1848 e 1849 (Dias, 2008, p. 40).

Por esse Partido, foi Deputado (eleito e suplente) na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, participando nos seguintes períodos:

  • Legislatura (1835-1837), eleito - integrou a primeira Mesa Diretora da Casa no triênio, como 2º Secretário, substituindo Polidoro do Amaral e Silva - que renunciou à função;
  • Legislatura (1838-1839), eleito - foi 2º Secretário da Mesa, no biênio;
  • Legislatura (1840-1841), Suplente convocado - escolhido Suplente de Secretário da Mesa do Parlamento. Em 1840, seguiu à Laguna para investigar a situação na vila, após a retirada dos farroupilhas, e o envolvimento dos moradores no processo de proclamação da República Juliana. Ele conhecia a região e muitas pessoas, pois fora Juiz de Direito da Comarca do Sul, em 1834. Ao final do processo (1840), Severo pediu ao Presidente da Província a anistia aos implicados na revolta, conforme Costa (2006);
  • Legislatura (1842-1843), eleito com 47 votos - exerceu novamente a função de 2º Secretário da Assembleia no biênio;
  • Legislatura (1844-1845), eleito com 58 votos - integrou a Comissão de Justiça Civil e Criminal, Guarda da Constituição e das Leis e foi Vice-Presidente da Assembleia Legislativa  (1845);
  • Legislatura (1846-1847), eleito, era Vice-Presidente e assumiu a Presidência da Mesa Diretora (1846), quando o Deputado Tomás Silveira de Sousa renunciou;
  • Legislatura (1848-1849), outra vez eleito - exerceu a Presidência da Assembleia Provincial catarinense no biênio.

Como era Vice-Presidente da Província de Santa Catarina, nomeado por Carta Imperial de 13 de agosto de 1846, assumiu duas vezes a Presidência:

Em documento, Severo conta que assumiu a administração da Província, em 1848, porque o Marechal de Campo Antero José Ferreira de Brito partiu para a Capital do Império e os dois primeiros suplentes encontravam-se ausentes. Anuncia ainda o nascimento do herdeiro do trono do Brasil: Dom Pedro I, de Dom João e de Dona Carlota Joaquina de Bourbon; comenta a existência de uma única escola secundária na Capital (Desterro), o Colégio dos Padres Missionários da Companhia de Jesus, e solicita da Assembleia “justa resolução” para ampliar o ensino na província (Mensagem à Assembleia Legislativa Provincial, 01/03/1849).

Antes de deixar a Presidência, em 6 de março de 1849, enviou Relatório sobre as ações da administração e leis criadas, bem como sobre o cumprimento das normas imperiais.

Nomeado Desembargador da Relação de Pernambuco, em 9 de janeiro de 1851, tomou posse (por procuração) em 7 de março do mesmo ano, função que exerceu de 31 de maio de 1851 até 1856, segundo o Decreto de 29 de novembro de 1856.

Advogou no Rio de Janeiro/RJ por certo tempo e faleceu em Recife/PE.

Condecoração

Cavaleiro da Ordem de Cristo, em 3 de novembro de 1845.

Imagem

Assinatura de Severo Amorim do Vale
Fonte: CORRÊA, 1983, p. 319.

Mandatos

Imagens
Referências

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SANTA CATARINA. Centro de Memória. Arquivos das Legislaturas: de 1835 a 2018.

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Como citar este documento
Referência

MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA. Biografia Severo Amorim do Vale. 2023. Disponível em: <https://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/biografia/864-Severo_Amorim_do_Vale>. Acesso em: 24 de abril de 2024.

Citação com autor incluído no texto

Memória Política de Santa Catarina (2023)

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(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2023)

Memória Política de Santa Catarina