Juiz de Paz, médico e militar, natural de Desterro/SC, Vereador na terra natal, Conselheiro Geral e Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, século XIX.
Filiação Anastácio Silveira de Sousa e Rufina Clara de Santo Antônio |
Ano nascimento 1793 |
Local de nascimento Desterro/SC |
Falecimento 14/10/1875 |
Local de falecimento Desterro/SC |
Formação Medicina e Militar |
Profissão Médico, Juiz de Paz e Militar |
Partido Partido Liberal |
Nasceu em janeiro de 1793, em Desterro/SC (hoje Florianópolis). Filho de Anastácio Silveira de Sousa e de Rufina Clara de Santo Antônio. O pai, comerciante, era natural da Ilha Terceira, de Portugal, migrou com seus pais para Desterro. A mãe era natural da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, Ilha de Santa Catarina (atual Lagoa da Conceição, Florianópolis).
Tomás era irmão de José Silveira de Sousa, também Deputado à Assembleia Legislativa Provincial, entre os anos de 1835 e 1859. Assim, os irmãos atuaram juntos na 1ª e na 2ª Legislatura. Teve ainda dois sobrinhos políticos: João Silveira de Sousa (Presidente de Províncias brasileiras e Deputado Geral por Santa Catarina) e José Silveira de Sousa Júnior (Deputado Provincial na 12ª Legislatura), que participou no Parlamento com seu pai.
Alistou-se no Regimento de Infantaria de Linha da Ilha de Santa Catarina como Cirurgião-Ajudante, em 1809, aos 16 anos de idade. Como integrante do Regimento, fez parte das Campanhas do Sul, no período de 1811 a 1820.
Casou com Maria Basília da Silveira, filha de Basílio Ferreira d’Almada e de Domicia Rosa de Jesus. Tiveram sete filhos, entre eles, Tomás Silveira de Sousa Filho.
Recebeu a patente de Cirurgião-Mor do Batalhão de Caçadores de Primeira Linha, em 20 de junho de 1823.
Em Desterro, atuou como Inspetor de Saúde Pública e do Porto, Juiz de Paz e Vereador na Câmara, em 1832, presidindo-a.
Era eleitor de paróquia nos anos de 1834 a 1844. Em 13 de maio de 1832, foi eleito Conselheiro para o Conselho Geral da Província de Santa Catarina, com 31 votos, participando da 3ª Legislatura (1833-1834).
O mesmo feito alcançou nas seis eleições seguintes, quando foi eleito Deputado à Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina na: 1ª Legislatura (1835-1837); 2ª Legislatura (1838-1839), 3ª Legislatura (1840-1841); 4ª Legislatura (1842-1843), eleito com 62 votos; 5ª Legislatura (1844-1845), com 78 votos; e 6ª Legislatura (1846-1847); nessa última, assumiu a Presidência da Mesa Diretora em 1º de março de 1846 e renunciou ao cargo em 6 de março do mesmo ano. Foi Presidente da Assembleia de 1842 a 1846.
Concorreu novamente a Deputado provincial, recebeu 28 votos e ficou suplente na 9ª Legislatura (1852-1853). Convocado, assumiu em 3 de março de 1852, na vaga do Deputado Francisco José de Oliveira que também era suplente convocado1, porém licenciado em 1852.
Participou da aprovação do Estatuto da Caixa Econômica estabelecida na Capital da Província de Santa Catarina. Seu nome consta no Decreto 1.427, de 6 de setembro de 1854.
Anos depois, reeleito Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, integrou a 15ª Legislatura (1864-1865) e tornou-se Presidente da Casa em 1864 e Vice-Presidente em 1865. Reeleito à 16ª Legislatura (1866-1867), novamente foi escolhido Presidente, no ano de 1866. Por fim, foi eleito Deputado na mesma Assembleia, na 17ª Legislatura (1868-1869).
Mesmo exercendo outras funções, sempre clinicou. As pessoas agradeciam pela imprensa os cuidados médicos prestados por ele, especialmente quando a ilha era surpreendida com o aparecimento de doenças contagiosas, como a varíola, a febre amarela, sarampo, cólera, etc., segundo jornais da época. Isto acontecia porque navios atracavam em Desterro e as condições de higiene e sanitárias da época eram precárias (tanto em navios quanto em terra).
Em 1880 e 1881, a Capital foi acometida por moléstias epidêmicas. A Assembleia Provincial liberou recursos financeiros para internação e quarentena de 156 pessoas portuguesas embarcadas (passageiros/tripulação). Mesmo assim, foram registrados 230 casos de febre amarela na Capital, com 41 mortes e 189 curas. Em 7 de junho, a doença foi considerada extinta, conforme relatório do governo da Província (Balz, 2008, p. 86).
Em 1874, Dr. Tomás, comissário vacinador, vacinava em sua residência à Rua Matriz, número 5, todas as quintas-feiras, das 12 às 13 horas, conforme anúncio em jornal.
Faleceu em 14 de outubro de 1875, em Desterro/SC.
1 Alguns Deputados faleceram, outros suplentes convocados não assumiram.
A data: 14 de outubro. República. Florianópolis, 14 out. 1931. p.2, Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNTg5OQ==>. Acesso em: 26 out. 2017.
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Memória Política de Santa Catarina (2023)
(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2023)