Militar, natural de Desterro/SC, Membro da Junta Governativa de Santa Catarina de 1822, Senador, Conselheiro Geral, Deputado na Assembleia Legislativa Provincial e Vice-Presidente da Província de Santa Catarina, século XIX.
Filiação Joseph da Silva Mafra e Maria do Rosário Soares Mafra |
Nascimento 14/01/1788 |
Local de nascimento Desterro/SC |
Falecimento 03/07/1871 |
Local de falecimento Rio de Janeiro/RJ |
Formação Militar |
Profissão Militar |
Partido Partido Liberal |
Nasceu em Desterro/SC (atual Florianópolis), na Freguesia de Nossa Senhora das Necessidades, (hoje Santo Antônio de Lisboa), em 14 de janeiro de 1788. Filho de José da Silva Mafra (natural de Lisboa, Portugal) e de Maria do Rosário Soares Mafra (nascida em Desterro), casados em 23 de janeiro de 1783.
José iniciou seus estudos na escola do regimento militar. Aos 13 anos de idade começou a carreira como Soldado Praça voluntário na Companhia de Granadeiros do Regimento da Linha de Infantaria da Ilha de Santa Catarina (1801). O batismo de combate aconteceu antes de completar os 14 anos, em campanha no Rio Grande do Sul/RS. Em 1808, seguiu em expedição militar para Caiena, na Guiana Francesa, lá teria sido ferido. Em 1809 passou a Tenente e recebeu medalha de honra por ter contribuído com as negociações de paz entre o Brasil e a Guiana.
Foi Secretário do Governo Português de 1809 a 1817. Passou a Capitão (1819) e a Sargento-mor (1820). Decidiu voltar para a província catarinense, onde foi nomeado Comandante da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim/SC (10 de novembro de 1820). Em agradecimento por seu trabalho como Comandante Militar da Laguna/SC, recebeu do Imperador a Ordem de São Bento de Aviz.
A atividade política começou em abril de 1821, quando foi suplente do Padre Lourenço Rodrigues de Andrade (pároco da Freguesia de Santo Antônio, eleito representante da Província de SC para a Assembleia Geral do Império, o primeiro Senador catarinense). Ainda em 1821, recebeu a promoção de Major do Estado Maior do Governo da Província.
Tenente-Coronel (1822) e Secretário da Província (1824), foi também candidato ao Senado, sendo o vigésimo segundo na ordem de votação, mas não teve êxito. Em 3 de março de 1823 foi agraciado com o Hábito de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro.
Com a transformação das capitanias em províncias, ordenada por Dom João VI, as províncias deveriam constituir Juntas Governativas, um “governo do provisório”, depois realizarem eleições. Em Santa Catarina, cinco membros integraram a Junta Governativa: Jacinto Jorge dos Anjos Correia (presidente), José da Silva Mafra (secretário), João Bittencourt Pereira Machado e Souza, Francisco Luís do Livramento e Joaquim de Santana Campos. A junta funcionou de 20 de maio de 1822 a 16 de fevereiro de 1824.
Em 1830, foi nomeado Vice-Presidente da Província de Santa Catarina.
Reformou-se como Tenente-Coronel Graduado Adido ao Estado Maior do Exército, em 19 de julho de 1832.
Integrou o Conselho Geral da Província catarinense na 3a Legislatura (1833-1834), eleito com 64 votos - o mais votado.
Mafra pertence ao grupo de Deputados que inaugurou a 1ª Legislatura (1835-1837) da Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, foi Vice-Presidente da Mesa Diretora no ano de 1937.
Reeleito para a 2ª Legislatura (1838-1839), exerceu a Vice-Presidência da Casa no biênio. Novamente Deputado na 3ª Legislatura (1840-1841) e na 4ª Legislatura (1842-1843). Na última candidatura a Deputado Provincial, ficou na suplência da 6ª Legislatura (1846-1847).
No parlamento catarinense, atuou com seu irmão, Marcos Antônio da Silva Mafra, na 2ª, 3ª, 4ª e 6ª Legislaturas. José teve outros parentes que ocuparam cargos políticos.
Assumiu assento no Senado 1, na vaga de Lourenço Rodrigues de Andrade que havia falecido. Tornou-se Senador escolhido pelo Imperador, da lista tríplice. Empossado em 27 de dezembro de 1844. Exerceu o cargo por dez mandatos:
Faleceu em 3 de julho de 1871, no Rio de Janeiro/RJ, aos 83 anos de idade, após ficar enfermo por longo período.
Rua Senador Mafra, Bairro Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis/SC.
1 “O cargo era vitalício e privativo de brasileiros natos ou naturalizados, exigia idade mínima de 40 anos e rendimento anual mínimo de oitocentos mil réis. O Imperador escolhia um senador de cada uma das listas tríplices, de candidatos eleitos nas províncias por votação indireta e majoritária”. (Portal São Francisco).
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